Uma nova data para “Rencontre François Ascher”: 19 de março

A terceira revolução urbana não gera, portanto, uma cidade virtual, imóvel e introvertida, mas sim uma cidade que se move e se telecomunica, constituída de novas decisões de deslocamento das pessoas, bens e informações, animada pelos eventos que exigem a co-presença, e na qual a qualidade dos lugares mobilizará todos os sentidos, inclusive o toque, o gosto, o cheiro (ASCHER, 2010)

 

O sociólogo e urbanista François Ascher deixou um importante legado intelectual, principalmente com sua análise da sociedade hipermoderna. Como suas contribuições alimentaram a pesquisa e o debate público e como usá-las amanhã?  Dessa maneira, acontece o evento “Rencontre François Ascher” no dia 19 de março de 2020, organizado por várias instituições: Plan Urbanisme Construction Architecture, Ministério de Transição Ecológica e Solidária, Ministério de Coesão Territorial e Relações com a Comunidade; Instituto para a cidade em movimento – Vedecom; Escola Nacional de Arquitetura de Clermont-Ferrand; Escola de Urbanismo de Paris.

 

ASCHER E OS NOVOS PRINCÍPIOS DO URBANISMO

Com relação à sociedade hipermoderna, Ascher faz colocações sobre as transformações de lugares físicos sob o efeito do desenvolvimento da tecnologia digital e das transformações da sociedade. Analisando os novos prinícpios de urbanismo, Ascher provoca com a proposta de relacionar a estrutura da cidade, a sociedade e as novidades da tecnologia da comunicação. Convida urbanistas, engenheiros e todos os que projetam a cidade a pensar na hiperconexão e em formas que permitam, a exemplo do espaço virtual, criar lugares, mesmo sem o suporte material. Frente a desmaterialização das atividades produtivas, por que não pensar na desmaterialização da própria urbe?

 

ESPECIALISTAS DISCUTEM A IMPORTÂNCIA DE ASCHER NA CONTEMPORANEIDADE

 

VALTER CALDANA, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

“Discutir a cidade hoje significa, necessariamente, discutir suas potenciais configurações diante da coprodução de energia e, sobretudo, a hiperconectividade. Estes dois elementos provocarão alterações significativas na configuração urbana, da morfologia e uso do solo às relações interpessoais. E, discutir todas estas questões significa, obrigatoriamente, aprofundar o conhecimento sobre o pensamento de Ascher, referência para entender este momento”

 

EUNICE ABASCAL, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

“François Ascher, economista e sociólogo, definiu a modernidade como um processo de transformação continua da sociedade. Essa condição processual caracteriza as sociedades contemporâneas, distintas de outras para as quais a mudança não é o fundamento.

Entendeu de maneira visionária que o avanço tecnológico e das infraestruturas e serviços pode transformar, juntamente com a mobilidade humana, os modos de deslocamento no espaço e as configurações da percepção social do tempo.

A co-presença de atividades fixas e móveis no espaço urbano, conforme Ascher, pode configurar hiperlugares, ou seja, lugares definidos como possibilidade de permanência e fluxo, que se transformam com a multiplicidade de usos, e cuja interface se multiplica por meio das tecnologias de informação e comunicação.

François Ascher se alinha à hipermodernidade, compreendendo o individuo em sua imersão metropolitana, o que faz coexistir as individualidades e múltiplas condições urbanas.”

 

ANGÉLICA ALVIM, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

“Nas últimas décadas, as intensas transformações da sociedade contemporânea, influenciadas pelas inovações tecnológicas e sociais, rebatem-se no modo de acesso e vivência do espaço das cidades. François Ascher, um dos fundadores do IVM, ainda na década de 1990 é precursor desta importante discussão, vislumbrando que as novas tecnologias de informação e de comunicação permitem uma mobilidade múltipla, interconectando as espaços “reais e virtuais”.

Para Ascher o uso das tecnologias permitem que as  pessoas se desloquem de um ambiente social para outro, sequências de atividades se sobrepõem e se entrelaçam, laços sociais são formados, construídos, mas também se diluem rapidamente, livremente. Em seus estudos, Ascher demonstra que o espaço urbano se ressignifica à luz dos efeitos da tecnologia digital e das transformações recentes,  ao mesmo tempo, acentuam-se  as assimetrias socioespaciais. Este importante autor  sempre defendeu  o uso das novas tecnologias como instrumentos para cidades planejadas,  equitativas e mais democráticas.”

 

 

INFORMAÇÕES SOBRE “RENCONTRE FRANÇOIS ASCHER”:

Confira a programação completa nas imagens abaixo. Inscreva-se aqui!