Os novos hiperlugares móveis da logística

A logística reúne o transporte de mercadorias e operações mais estáticas de armazenagem, embalagem e gestão dos pedidos. E as fronteiras entre esses diferentes aspectos da atividade logística vêm se desfazendo: a inovação avança rapidamente. Agora, há depósitos móveis, onde são realizadas ações logísticas ao mesmo tempo em que as mercadorias estão sendo transportadas. A Vert Chez Vous, por exemplo, concebeu, em 2014, um processo de entrega por bicicletas, acompanhando o deslocamento de uma barcaça no rio Sena, no centro de Paris. Hoje em dia, o método está sendo testado com o uso de caminhões sem motorista, que têm a bordo um repartidor que vai arrumando as várias entregas, feitas por drones, enquanto o caminhão se desloca de um lugar a outro.

Ao mesmo tempo, a economia colaborativa faz com que indivíduos possam transportar e entregar itens variados enquanto percorrem seu roteiro diário. O aplicativo DHL MyWays já permitia que os moradores de Estocolmo, na Suécia, “ampliassem” seu percurso diário, passando a entregar encomendas. O serviço Fill up my luggage faz o mesmo com viagens de avião.

Até mesmo edifícios dedicados a atividades logísticas estão em pleno processo de transformação: redes de micro-hubs logísticos nas cidades favorecem as entregas a pé, em bicicleta ou com o uso de um robô; armazenagem temporária; a transformação de antigos edifícios industriais em “hotéis logísticos”, com usos diversos para cada andar (como, por exemplo, a montagem de uma granja dentro da cidade, na cobertura de prédios). Tudo isso permite que se afirme: os hiperlugares logísticos conectados estão em plena transformação nas grandes paisagens urbanas.

LAETITIA DABLANC

Traduzido do texto original. Laetitia Dablanc é pesquisadora em urban design pelo IFSTTAR e professora-visitante na Universidade de Paris-Est.

Foto da capa: UN Colombia