Por mais de quatro meses, uma investigação multidisciplinar do IVM Brasil, no Jardim Ângela, em São Paulo, identificou como moradores de um dos bairros mais vulneráveis, em termos econômicos e sociais, estruturam sua mobilidade cotidiana e enfrentam um terreno irregular e inóspito, cheio de escadarias, travessias perigosas e dificuldade de acesso aos meios de transporte, que conectam o bairro ao centro e a outros bairros da cidade.
A próxima etapa deste estudo interdisciplinar será a reflexão, com a colaboração de especialistas locais e latino-americanas, representantes dos moradores e técnicos, seguida pelo debate público das análises, conclusões, e propostas para algumas das questões estudadas.
Deste modo, o IVM busca estimular o debate entre especialistas, técnicos, políticos e moradores sobre os desafios e potenciais locais para a integração urbana das grandes redes e a busca de qualidade dos espaços públicos da mobilidade, e especialmente, nos bairros socialmente vulneráveis.
De 15 a 17 de novembro acontecerá o Seminário Internacional centrado na temática dos acessos aos corredores de ônibus, tendo como base o caso do distrito do Jardim Ângela.
Especialistas do IVM Internacional, vindos da França, Espanha, Chile e Argentina, trabalharão em parceria com profissionais locais para discutir a dimensão do pedestre na instalação dos BRTs e produzir um conjunto de recomendações “Passagens e espaço público de mobilidade em torno do BRT”, tratando de formas e qualidade de acesso; integração com as escadarias e outras passagens, cruzamentos, informação, sinalização, qualidade do abrigo e plataformas etc.
Durante o ano, o IVM – Instituto Cidade em Movimento desenvolveu uma série de estudos sobre os percursos e acessibilidade à Av. M’Boi Mirim, no distrito do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo. A iniciativa é parte do programa PASSAGENS, lançado pelo IVM Internacional, para promover intervenções que facilitem a mobilidade dos pedestres aperfeiçoando as condições de uso destes espaços de ligação: as vielas, passarelas, escadas, cruzamentos.
Em pontos estratégicos deste distrito, com cerca de 600 mil habitantes, alta taxa de vulnerabilidade e violência, e topografia irregular, o IVM implantou diferentes frentes de pesquisa e intervenção para estudos de mobilidade vertical (das escadarias), de mobilidade de jovens e crianças (caminho escolar), além de levantamentos exaustivos de dados de mobilidade na região.
Conheça mais sobre o Projeto Passagens Jardim Ângela.
Fotos: Camille Bianchi