SÉRIE EDITORIAL "COMO VIVER EM SP SEM CARRO"
SAO PAULO, SAO PAULO
Há cerca de quatro anos, Alexandre L. Frankel, CEO da Vitacon Incorporadora, adotou um novo estilo de vida, ao deixar carro na garagem e conhecer as delícias de se locomover de bike pela capital paulista. Notou que sua qualidade de vida melhorou e que, diferentemente do que imaginava antes de tentar, a cidade comporta mais ciclistas e menos automóveis. Tornou-se um cicloativista e, visionário, resolveu ajudar a promover uma nova cultura de mobilidade na cidade. Começou reunindo relatos de pessoas que, como ele, abandonaram o carro e passaram a viver a cidade de forma desmotorizada. Ficou surpreso com as histórias que ouviu, com o perfil das pessoas que tiveram coragem para sair da zona de conforto e reinventar o espaço público. E assim, em 2012, ao lado do jornalista Leão Serva, Alexandre lançou o primeiro livro da série “Como viver em SP sem carro”, com relatos e dicas de 12 moradores da capital que descobriram novos olhares sobre a cidade, a partir do momento em que criaram outras perspectivas de mobilidade urbana. O guia fez tanto sucesso que, no ano seguinte, Alexandre lançou o segundo volume da série, com dezenas de outros relatos. Ainda em 2013, a Vitacon decidiu apoiar a comunidade “SP Sem Carro”, no Facebook. Em menos de dois meses, mais de 70 mil pessoas aderiram à causa. A fun page da comunidade, hoje, já chegou a mais de 108.718 curtidas. O livro, que se tornou um lançamento anual aguardado, agora revela também nossos “heróis da mobilidade”, gente que se dedica a reinventar a locomoção na maior cidade do Brasil. Ainda este ano, será lançado o terceiro volume da série, idealizado pelo empresário Alexandre Frankel e editado pelo jornalista Leão Serva, com 15 personagens que trazem soluções para que os paulistanos “viciados em carro” tomem alguma atitude real em prol da mobilidade.
Os objetivos da série são: ajudar a promover uma nova cultura de mobilidade na cidade, democratizar os espaços públicos, delimitando áreas para trânsito de carros, bikes e pedestres de forma segura; incentivar mais gente a deixar o carro em casa e tentar formas alternativas de deslocamento.
Motoristas estressados, ciclistas e pedestres
Podemos dizer que, quando foi lançado o primeiro volume da série, em 2012, o número de pessoas em SP que usavam a bicicleta como meio de transporte era muito pequeno. Algumas pesquisas novas mostram que essa realidade mudou bastante e houve uma pequena revolução nos hábitos paulistanos --em menos de dois anos. Um estudo ainda inédito feito este ano pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) exclusivamente para o terceiro volume da série aponta que 30% das pessoas que deixaram o carro na garagem para adotar algum tipo de modal oferecido pela cidade (ônibus, trem, metrô ou bicicleta), se desfazem do veículo entre o primeiro e o vigésimo quarto mês. São ex-viciados em carro que redescobrem a cidade e reinventam o próprio cotidiano de forma mais leve, feliz e desmotorizada.
As pessoas que deixaram de usar carros (ou querem tentar) participam da comunidade, fazem download gratuitos dos volumes da série, trocam ideias e deixam seus depoimentos e relatos para inspirar outros paulistanos a fazerem o mesmo.
2012