Menininha, Bambuzal e Fundão: entenda três passagens do Jd. Ângela

O Instituto Cidade em Movimento (IVM) identificou três passagens específicas para o desafio da mobilidade proposto pelo concurso Passagens Jardim Ângela.  Mas, por que escolher apenas três em meio a um mar de escadarias de uma região com 300 mil habitantes? Porque a proposta é justamente buscar alternativas que possam ser replicadas para todo o bairro ou até mesmo em outras regiões e cidades.

Menininha, Bambuzal e Fundão foram as passagens escolhidas após dois anos de pesquisas promovidas pelo IVM e associações parceiras. Foram realizados relatórios, pesquisas de campo, conversas com moradores e análise do ecossistema. Abaixo, conheça um pouco mais sobre os problemas e as potencialidades de cada uma delas.


Bambuzal: a passagem que transpõe

O Bambuzal é composto por uma série de passagens e vielas que transpõem o morro do Jardim Caiçara, conectando a avenida Carlos Caldeira Filho com a baixada da rua Abílio César. Este percurso é formado por um longo trecho inicial de barro em aclive acentuado e sem nenhum dispositivo de segurança ou apoio. Em seguida, há um escadão de concreto em estado precário que sobe até a Rua Serafim Alvarez, onde está localizada a Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Caiçara, ponto de referência da área.

Na praça, em frente a esta unidade, não existe nenhum mobiliário de descanso ou lazer. Há falta de segurança nas escadarias por conta da ausência de corrimões e estrutura de apoio, além da presença tensões sociais e sensação e insegurança. O sistema de iluminação pública é precário e os trechos de terra tornam a passagem inacessível em dias chuvosos, obrigando os moradores a fazerem desvios pelas ruas asfaltadas. Acesse o relatório completo

Bambuzal. Fonte: Geosampa, 2016


Menininha: a passagem dos vizinhos

As passagens da Menininha possuem grande fluxo de pedestres. É uma área de convergência de eixos importantes da região, como a avenida Agamenon, que desemboca no sul da M’Boi Mirim e se interliga com a rua Simão Caetano Nunes, via importante de acesso aos bairros.

 As calçadas são estreitas com pavimentação precária e irregular, interrompidas pelas rampas para o acesso de veículos. Pela ausência de faixa adequada e farol para pedestres, a travessia no cruzamento com a M’Boi Mirim é muito difícil e apresenta sérios riscos de atropelamento e acidentes.

No trecho à leste da M’Boi Mirim, a passagem é composta por um escadão que dá acesso ao bairro do Jardim Nakamura, fundamental pela sua ligação com o terminal provisório do Jardim Ângela e os fluxos da avenida utilizados rotineiramente pelos moradores da comunidade.

Na região, predominam o uso residencial e a presença de igrejas, escolas, unidades de saúde ou pequenos comércios. Áreas livres ou ajardinadas são muito restritas e a arborização viária é quase inexistente. Acesse o relatório completo.

 

 Menininha. Fonte: Geosampa, 2016


Fundão: passagem de convívio

A passagem Fundão envolve uma escadaria que transpõe a avenida M’Boi Mirim e a conecta com uma rua arborizada e com córrego central aberto, compartilhada por pedestres, carros e  transporte público durante a semana e de uso exclusivo de pedestres durante o final de semana. Esta região, por causa da urbanização recente, apresenta maiores déficits de equipamentos públicos e infraestrutura.

Essa passagem é geralmente evitada à noite ou muito cedo, principalmente por mulheres, que precisam ser acompanhadas por grupos de familiares ou amigos ao ponto de ônibus da M’Boi Mirim. É também uma região com pouca presença de crianças pois o local é permeado por tensões sociais.

 

Há um trecho que consiste em uma escadaria comprida e íngreme que desce da Rua Hugo Freire de Carvalho até a M’Boi, muito frequentado pelos moradores por estar localizada perto do ponto de ônibus. Mas, a parte de cima da escadaria, que deveria ser uma praça, hoje virou um depósito de lixo e entulhos. Uma sarjeta para captar a água foi construída apenas pela metade e, quando chove, as águas escorrem diretamente pelos degraus e pelos muros das construções. Atravessando a M’Boi, a passagem continua pela Rua Isabel de Oliveira, entrando na Rua do Córrego – esta última região apresenta potencial ambiental, por ter uma grande presença de árvores, sombra e curso d’água. Acesse o relatório completo.

 

 Fundão. Fonte: Geosampa, 2016


Agora que você já conheceu um pouco mais sobre estas três passagens, inscreva a sua intenção de projeto no concurso Passagens Jardim Ângela! O edital é aberto a jovens profissionais, estudantes de diferentes carreiras, ativistas urbanos, coletivos e organizações. A inscrição vai até 10 de maio! Saiba mais clicando aqui.